.
No banho, tanto esfreguei o nariz em círculos
com a palma da mão,
que senti o odor - sangue.
Em não muito tempo
e aos poucos,
escorreu-me de uma narina
o líquido
amarelo
ferroso.
Enxaguei.
Para me assegurar de que limpo agora estava,
tapei a outra narina com o polegar e expirei com força.
Barulho tal qual pistão - quem diria?
Ao sair, quase não reparei que minha toalha era
uma flanela úmida com óleo e que
eu mesmo exalava
puríssima fragrância
automotiva.
Pronto para usar do coração que não havia.
sábado, novembro 1
terça-feira, setembro 9
Quatro Versos
Quatro Versos, Quatro Mãos ou O nome de alguém
tocar-te-ei o útero com as mãos
não com as minhas
mas com as do filho que é teu
e meu
tocar-te-ei o útero com as mãos
não com as minhas
mas com as do filho que é teu
e meu
terça-feira, agosto 12
segunda-feira, agosto 11
Aguanauta
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Vê-se as cabecinhas logo ao entrar
Atentas, erguidas, branco-morenas
Quietas, austeras, giganto-pequenas
Bóias-vivas que são, sabem nadar
(Cad'alma usa da prancha que tem
a minha sou eu, de fibra de carne
lisa, alva-vermelha, semi-nua
em que a tique-taque palpita um coração)
São muitas disputas, eu não compito.
Peixes não falam, diálogo não há.
Morrer pela boca, sina do mar.
Quero mesmo é só ser, eu manuscrito.
(Bem como se dá na terra que é dura
organizar é mera tentativa
e aos poucos a beleza sucumbe
àqueles que mal ousam mergulhar)
Só não quero estar viva para ver
especular de mobília no mar
Vê-se as cabecinhas logo ao entrar
Atentas, erguidas, branco-morenas
Quietas, austeras, giganto-pequenas
Bóias-vivas que são, sabem nadar
(Cad'alma usa da prancha que tem
a minha sou eu, de fibra de carne
lisa, alva-vermelha, semi-nua
em que a tique-taque palpita um coração)
São muitas disputas, eu não compito.
Peixes não falam, diálogo não há.
Morrer pela boca, sina do mar.
Quero mesmo é só ser, eu manuscrito.
(Bem como se dá na terra que é dura
organizar é mera tentativa
e aos poucos a beleza sucumbe
àqueles que mal ousam mergulhar)
Só não quero estar viva para ver
especular de mobília no mar
domingo, agosto 10
Marina
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E num mergulho
faço-me toda azul.
faço-me reta
faço-me curva
faço-me água, sal, película e ar
faço-me superfície e profundeza
Não mais me distingo
E feito segredo que se revela
Conspiração que se desfaz
O que acontece no mar fica um pouco em mim
E o que acontece em mim fica por inteiro no mar.
E num mergulho
faço-me toda azul.
faço-me reta
faço-me curva
faço-me água, sal, película e ar
faço-me superfície e profundeza
Não mais me distingo
E feito segredo que se revela
Conspiração que se desfaz
O que acontece no mar fica um pouco em mim
E o que acontece em mim fica por inteiro no mar.
sábado, agosto 9
O belo incerto
No chuveiro da praia, vi uma pequena criança a brincar com o super jato d'água que vinha. Teria achado a coisa mais linda do mundo ela pulando para os lados enquanto tentava fazer sair o bocadinho de água que lhe incomadava os ouvidos, não estivesse eu a fazer o mesmo.
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