sábado, novembro 1

Homem de Lata

.
No banho, tanto esfreguei o nariz em círculos
com a palma da mão,
que senti o odor - sangue.

Em não muito tempo

e aos poucos,

escorreu-me de uma narina

o líquido

amarelo

ferroso.

Enxaguei.
Para me assegurar de que limpo agora estava,
tapei a outra narina com o polegar e expirei com força.
Barulho tal qual pistão - quem diria?
Ao sair, quase não reparei que minha toalha era
uma flanela úmida com óleo e que
eu mesmo exalava
puríssima fragrância
automotiva.

Pronto para usar do coração que não havia.

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